Vitória: Ao centro, Ademar comemora a eleição da Mesa com os nove vereadores que o apoiaram.[/caption]
A política também pode ser comparada à máxima do futebol que “é uma caixinha de surpresa”. O resultado de um jogo somente se decide após o término da partida, porém esqueceram de lembrar isso ao prefeito Mário Ricardo que estava ávido para que Ademar não conseguisse êxito no pleito.
Na Câmara Municipal de Igarassu ocorreu algo inusitado. Ninguém imaginaria, no atual quadro político, que o vereador Ademar de Barros (PR) venceria a eleição da Mesa Diretora para o biênio 2019/2020. Seria quase impossível isso acontecer, visto que o prefeito estava interferindo no processo eleitoral da Casa de Duarte Coelho e contava com a maioria dos vereadores até aquele momento.
A interferência do prefeito causava estranheza pelo fato de que o vereador Ademar de Barros passou a apoiá-lo no pior momento da sua gestão quando a sua popularidade tinha caído bastante e nem a base do governo acreditava que a gestão conseguisse se reerguer. Em janeiro de 2015 Ademar deu um norte para o governo e mudança foi evidente por todos os igarassuenses.
Já na Câmara pairava entre os vereadores o sentimento de que Ademar era um grande nome para disputar a presidência pelo trabalho que já havia realizado na Casa durante as cinco vezes que esteve à frente do legislativo. Porém, pesava contra Ademar a ordem expressa do individualista prefeito Mário Ricardo de que o novo presidente deveria ser escolhido dentro do grupo denominado G8 que representa o grupo que apoia o seu filho para deputado estadual.
Com bastante habilidade, Ademar conseguiu reunir votos da situação e oposição garantindo um placar de 10 x 0 na eleição da mesa diretora para o biênio 2019/2020. O dia 07 de junho ficará registrado como o dia em que o legislativo municipal deu uma grande demonstração de que os poderes devem ser harmônicos, mas precisam ser independentes.
Em entrevista à Folha Metropolitana, o vereador afirmou que por várias vezes pediu ao prefeito para que não interferisse no processo, uma vez que esta é uma decisão que cabe exclusivamente ao legislativo, porém sem êxito.
“Apesar de negar veementemente sua retaliação ao meu nome, o prefeito nunca reuniu a base para deixar claro que não tinha preferência por um nome específico. Deixando que seus assessores tentassem inibir vereadores da forma mais grosseira possível” disse Ademar.
O vereador afirmou também que mesmo diante desses fatos, ele era impulsionado pelo sentimento de amizade que construiu com parlamentares daquela Casa.
“O sentimento que me resta é de que fui excluído do grupo como retribuição a todo esforço que fiz para ajudar a gestão a sair de uma situação desastrosa em que se encontrava quando fui apoiá-la. Em 2016, fiz uma campanha alinhada aos propósitos da gestão onde tenho certeza de que os votos que obtive foram casados com o voto para o prefeito” completou.
Quanto ao posicionamento político do vereador, Ademar afirma que tem uma linha de trabalho independente e que cobrará da gestão tudo aquilo que foi pactuado, não só com os 38.708 eleitores que confiaram o voto ao prefeito Mário Ricardo, mas com o povo de Igarassu. Afinal, ele se sente responsável e confortável em adotar essa postura uma vez que apoiou e votou na continuidade do mandato do prefeito.
Ao final da entrevista, Ademar fez questão de que ficassem registrados os agradecimentos, primeiramente a Deus e também às vereadoras Érica Uchôa, Irene e Prazeres e aos vereadores Marcos das Neves, Neinho do Povo, Naate Gomes, Tote, Paulo Uchôa e Sabiá, que lhe confiaram o direito de administrar a Casa durante o biênio 2019/2020.
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Integrantes: A Mesa Diretora é formada por Ademar, Neinho do Povo, Tote, Naate Gomes e Marcos das Neves.[/caption]
COMPOSIÇÃO DA MESA
Presidente: Ademar de Barros
1º Vice-Presidente: Neinho do Povo
2º Vice-Presidente: Naate Gomes
1º Secretário: Tote
2º Secretário: Marcos das Neves]]>
