Lançado como pré-candidato ao governo de Pernambuco há pouco mais de três meses, o ex-secretário da Fazenda Paulo Câmara (PSB) adotou na sabatina da TV Jornal, em parceria com Uol e a Folha de S. Paulo, desta quinta-feira (29) o estilo de discurso do padrinho político, o presidenciável Eduardo Campos (PSB). À vontade diante das câmeras, o pré-candidato falou em aposentar as “velhas raposas”, pregou a nova política, defendeu mais transparência na gestão e elencou promessas, aliás, “compromissos de campanha”, como ele mesmo definiu. Até o traje era semelhante ao do ex-governador de Pernambuco. Camisa branca, paletó preto e calça azul marinho.
Durante a entrevista, questionado sobre a definição da nova política, apesar da aparente incoerência na união com políticos pernambucanos que representam o conservadorismo no jeito de fazer política, Paulo Câmara citou uma “fórmula” semelhante a de Eduardo Campos. “A nova política vem de novas práticas de governança. Queremos avançar para melhorar a vida das pessoas”, explicou.
A meritocracia e o método socialista de cobrança de metas também foram citados para elucidar o termo. “A meritocracia é a capacidade para cobrar resultados”, argumentou. Numa crítica ao governo federal, ele afirmou que as velhas raposas que precisam ser aposentadas estão em Brasília.
Quanto ao corte de secretarias, Câmara considerou uma discussão, se eleito, da melhor forma de analisar a máquina pública. “Isso está na análise”, considerou.
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O pré-candidato do PSB ao governo do Estado, Paulo Câmara, também fez promessas na área de segurança pública, quando instado a falar do Pacto pela Vida – carro-chefe da gestão de Campos. No vídeo, ele disse que será preciso colocar mais efetivo policial no interior e se comprometeu a instalar câmeras de segurança, para monitoramento.
No ar, Paulo Câmara comentou que – até o final do ano – o plano de segurança dos socialistas passará por correções, garantindo a manutenção dos índices em queda da violência. Toda vez que tinha oportunidade, Paulo Câmara frisava que nos demais Estados a violência continua crescendo e em ritmo acelerado.
“São sete anos de redução. É o único Estado que reduz. Estamos no rumo certo, é uma política dinâmica, avaliamos todas as quintas-feiras e se buscam as correções de forma permanente. No final do ano, como já aconteceu antes, vamos entregar tudo corrigido”, prometeu.
Nada lhe foi perguntado sobre a recente greve da Polícia Militar e nada ele respondeu a respeito.
Ainda na área de segurança, Paulo Câmara falou da crise na Funase e prometeu mais vagas com novos prédios. No entanto, não deixou de cobrar uma maior participação dos municípios na resolução dos problemas.
“Os jovens precisam ser cuidados perto de suas famílias. Precisamos fazer mais parcerias com os municípios neste sentido. Não é fácil, nós reconhecemos que poderíamos ter avançado mais nesta área, mas assumo o compromisso de fazer”, disse.
Na área de saúde, o socialista repetiu uma promessa feita na semana passada, como a construção de um hospital com 300 leitos para cirurgias programadas. Ele explicou que hoje muitas unidades de saúde estão lotadas em função da epidemia de acidentes de moto, retirando leitos das cirurgias que deveriam estar sendo agendadas.
O discurso do pré-candidato estava, durante todo o tempo, sendo analisado pelo marqueteiro dele, Edson Barbosa, o mesmo de Eduardo Campos.
ADVERSÁRIO – O pré-candidato do PSB ao governo do Estado, Paulo Câmara, disse que não tem volta à rinha política nenhuma, por parte do seu partido, quando faz críticas às inserções do concorrente, Armando Monteiro Neto, que não esclarecem que o senador do PTB não é mais aliado do ex-governador Eduardo Campos.
“Vou continuar me apresentando, é natural que as pessoas não saibam, mas nós é que representamos a continuidade (do governo Eduardo). Por isto, nós temos que reforçar a imagem de nosso grupo. Tem muita gente que acha que Armando está com Eduardo, especialmente no interior”, descreveu.
Câmara também negou que as falas contra Armando Neto não estão ligadas à movimentação de pesquisas. “Não tem pesquisa. O nosso grau de desconhecimento é grande. Não tem como crescer. Por isto, não tem rinha não”, afirmou.
“O povo de Pernambuco sabe o que o Eduardo fez e nós representamos este avanço. Nós esclarecemos as pessoas quem somos nós. Na campanha, isto vai ficar claro, quem representa este avanço ou não”, prometeu, no ar.
Fonte: Por Marcela Balbino, do Blog de Jamildo.
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