Indicado pelo governador Eduardo Campos (PSB) para ser o candidato da Frente Popular para disputar o comando do Executivo da Capital pernambucana, o prefeito Geraldo Julio (PSB) terá de enfrentar a interrupção da parceria administrativa com seu padrinho político, no próximo ano. Isso porque o chefe do Executivo estadual terá que se desincompatibilizar do cargo, em abril do próximo ano, para disputar a corrida presidencial de 2014.
A expectativa maior recai sobre como ficará o relacionamento político da administração municipal. Ocupando o seu primeiro cargo eletivo majoritário, Geraldo Julio tem a responsabilidade de comandar a segunda maior máquina administrativa do Estado e aliados ainda associam a figura do gestor recifense ao prestígio do seu padrinho, que surfa na avaliação positiva do seu Governo e possui amplo leque de alianças com lideranças pernambucanas.
Mesmo sem enfrentar grandes celeumas na sua administração, Geraldo Julio ainda possui um relacionamento tenso com a Câmara de Vereadores do Recife na votação de matérias polêmicas e em episódios isolados. Foi assim na votação do projeto do líder do Governo, Gilberto Alves (PTN), sobre o rodízio de carros, na apreciação da matéria referente ao Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI) e, mais recentemente, com o projeto que proíbe a circulação de veículo com tração animal na cidade.
O prefeito ainda aprovou a Lei Orçamentária Anual (LOA) sob protestos da oposição, que reclamou de falta de diálogo com o Legislativo municipal. A informação é negada pelo Governo. Além disso, a matéria que pretende negativar o contribuinte de não pagar impostos municipais gera insatisfação, inclusive, de legisladores governistas que temem que a aprovação afete a Casa de José Mariano.
Nas agendas de rua, um episódio em particular chamou a atenção quando prefeito e governador enfrentaram um protesto de moradores da comunidade de Campina do Barreto, durante o anúncio da construção de duas UPAs, na Zona Norte. Diante dos protestos dos moradores, a situação foi amenizada com a interferência de Eduardo Campos. O governador assumiu a dianteira das negociações com os habitantes e organizou um encontro da população com secretários municipais.
Já no campo administrativo, a Prefeitura do Recife e o Governo do Estado firmaram parcerias em obras e o canal de diálogo entre as duas administrações é aberto e constante. O projeto do Hospital da Mulher foi cedido pelo Governo do Estado, o que permitiu ao socialista anunciar a construção da obra logo no primeiro dia da sua administração. A UPA 24 horas de Campina do Barreto é outra benfeitoria que teve seu projeto arquitetônico cedido pelo Governo estadual.
Fonte: Por Carlos Brito, da Folha de Pernambuco.
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