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Nódoa Racista Virou moda! O registro de casos de “racismo” no futebol brasileiro já se tornou algo corriqueiro. Esta coluna, inclusive, já abordou o tema em edições anteriores. A vítima desta vez foi o goleiro Aranha, do Santos. Durante uma partida válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, realizada na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, no dia 28 de agosto passado, o arqueiro foi insultado por torcedores gremistas. Câmeras do canal ESPN Brasil flagraram uma torcedora chamando Aranha de macaco e o resto do grupo fazendo sons que lembravam o primata. O Santos venceu a partida por 2 a 0, mas o futebol, o esporte mais popular do país, saiu de campo derrotado.

As ofensas praticadas contra o goleiro santista são intoleráveis. Elas representam uma vergonhosa nódoa na história de um país que luta para eliminar de vez o fantasma da escravidão e do preconceito. Mas, do ponto de vista jurídico, trata-se apenas de um crime de “baixo teor ofensivo”. Isso mesmo! Embora a imprensa, muitas vezes, divulgue tais ocorrências como “racismo”, na verdade, elas configuram tão somente “injúrias raciais”. E isso faz toda a diferença!

De acordo com o professor de Direito Penal da Faculdade Maurício de Nassau, unidade Rio Grande do Norte, Sandresson Menezes, muita gente confunde os conceitos de injúria racial e racismo. Ele explica que o crime de injúria racial (disposto no artigo 140, § 3º do CP) ocorre quando as ofensas de conteúdo discriminatório são empregadas a uma pessoa ou a pessoas determinadas, como por exemplo, “negro fedorento”, “judeu safado”, “baiano vagabundo”, “alemão azedo”, entre outros rótulos. Já o crime de racismo, que consta no artigo 20 da Lei nº 7.716/89, somente será aplicado quando as ofensas não tenham como alvo uma pessoa ou pessoas determinadas, e sim venham a menosprezar determinada raça, cor, etnia, religião ou origem, agredindo um número indeterminado de pessoas, como negar emprego a judeus numa determinada empresa, impedir acesso de índios a determinado estabelecimento, impedir entrada de negros em um shopping, etc.

Ambos os crimes têm suas peculiaridades. Uma delas, segundo o referido jurista, é o fato de o crime de racismo ser imprescritível e inafiançável, ao contrário do que ocorre com o de injúria racial no qual o réu pode responder em liberdade, desde que pague a fiança. A injúria racista tem sua prescrição no prazo de oito anos, determinada pelo art. 109, IV do Código Penal. No crime de racismo, em geral, sempre o impedimento do exercício de determinado direito, sendo que na injúria racial há uma ofensa a pessoa determinada. Outra distinção importante é que no crime de racismo há a lesão do Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. No crime de injúria, por sua vez, há a lesão da honra subjetiva da vítima.

Portanto, no caso do goleiro do Santos, o que ocorreu, de fato, foi uma injúria racial e não um ato de racismo. E os que a praticaram, mesmo que venham a ser condenados, continuarão nas ruas sorridentes, servindo de modelo negativo para outros indivíduos facilmente influenciáveis, até que as leis mudem e as penas para esse tipo de crime se tornem mais severas e eficazes.

Atletas na pindaíba Fazer carreira no futebol e ganhar muito dinheiro, este é o sonho de muitos atletas. Poucos conseguem, é verdade. Mas e quando tudo dá certo, como fazer com a fortuna conquistada? Vários deles ficaram ricos do dia para a noite e, de repente, empobreceram de novo. Uma entrevista publicada pela revista Exame.com, do dia 25 de maio de 2012, com o ex-capitão do Corinthians, Willian Machado, pode ajudar futuros “milionários da bola” a lidar com a questão. O ex-jogador apontou os principais problemas que levam muitos jogadores de futebol à falência. Trata-se de um alerta e, ao mesmo tempo, uma tentativa de orientar aqueles que precisam de suporte para tocar suas carreiras. O ex-jogador, que atua na área de consultoria, citou alguns dos obstáculos mais comuns que contribuem para arrasar a carreira e as finanças dos jogadores, como casamentos breves, gastança, maus investimentos, amizades com pessoas oportunistas e divórcios, entre outros.

Segundo Willian, a maior parte dos jogadores se casa muito cedo, por volta dos 22 anos. E, quando o casamento não dá certo, surge a dor de cabeça. “Muitos se casam em comunhão total de bens e têm que passar 50% de tudo que têm à mulher”, revelou o jogador.

Além disso, outra causa de ruína de jogadores de futebol, segundo o ex-corintiano, são os carros de luxo. O então-ídolo do Santos, Neymar, que hoje joga no Barcelona, é um amante dos “carros de marca”. De acordo com a matéria, enquanto estava em atividade no Brasil, o atacante da Seleção Brasileira chegou a possuir um Mini Cooper (avaliado em 149.000 reais), um Porsche Panamera (1.130.000 reais) e uma Touareg (250.000 reais). O valor total investido nos veículos somava 1,529 milhão de reais. “Não que um milionário não possa aproveitar sua fortuna para comprar um carro de luxo. Mas cabe avaliar o fato de que carros não geram mais dinheiro para o proprietário”, comentou Willian, lembrando que os jogadores costumam trocar de carro uma ou duas vezes por ano. “A cada troca, eles perdem uns 20.000 ou 30.000 reais, e nem percebem, ou não acham que isso faça uma grande diferença naquele momento. Mas em 14, 15 anos de carreira, é uma perda que pode chegar a 900.000 reais”.

Outro problema levantado por William são os amigos interesseiros. Para ele, esses “falsos” amigos estão entre os maiores males que prejudicam os jogadores de futebol. “Amigos ou conhecidos se aproximam para ajudá-los a gerir as finanças ou prestar auxílios das mais diversas formas – na venda de um carro, na compra de um imóvel ou no lançamento de um novo negócio”, relatou o ex-atleta, argumentando que essa ajuda muitas vezes resulta em grandes dores de cabeça, como “investimentos furados”, por exemplo, que tanto tem levado muitos atletas à pindaíba. “Com a vida atribulada, excesso de treinos e viagens, os jogadores acabam sem tempo para pesquisar e entender se as propostas que aparecem são razoáveis”.

Por Josué Batista, [email protected]

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