Por Márcio André
Para a nossa surpresa, o termo já teve vários sentidos e, infelizmente, é sempre utilizado de acordo com o emissor e suas conveniências.
ALGUMAS DE SUAS CONOTAÇÕES
Há registro de que a expressão tenha sido usada pela primeira vez no século XVII, nos Estados Unidos, pela Suprema Corte, e remetia para algo que era literalmente correto em termos de política.
Depois surgiu na Escola de Frankfurt como mais uma tentativa de elevar o marxismo. Formada pelos mais influentes intelectuais da Alemanha, o politicamente correto “nasce” a partir destes célebres, pois eles entendiam que o sucesso do capitalismo impedia o avanço do marxismo e precisavam criar uma nova força política.
Para mais informações: Os maiores influentes da Escola de Frankfurt Max Horkheimer, Theodor W. Adorno, Erich Fromm e Herbert Marcuse.
Em seguida, ser politicamente correto passou a significar a escolha de palavras que não ofendam grupos minoritários e “oprimidos” como gays, negros, mulheres, entre outros.
Hoje, o termo é bastante utilizado como policiamento mútuo para justificar um possível “respeito” por empatia ao sofrimento do outro. Enfim, o seu sentido “tem para todo gosto e para todo público”.
É possível dizer que, diante de todo o exposto, possamos perceber que cada conotação atende um grupo, uma classe, de forma que elas possam lidar com as contradições dos seus discursos, no intuito de fazer os seus interesses acima e maiores de quaisquer realidades.
O QUE O TERMO DESENCADEOU
O politicamente correto tira da nossa linguagem aquilo que é de sua natureza: a polissemia. A palavra sempre vai nos remeter às coisas de acordo com o nosso conhecimento de mundo.
É impossível ser politicamente correto quando não se tem poder sobre quem está recebendo a comunicação. “As palavras não são coisa, elas nos remetem às coisas”, afirma Pedro de Santi, mestre em filosofia.
Existe uma expressão que faz parte da filosofia responsável pela a investigação dos princípios que motivam, disciplina ou orienta o comportamento humano, chamada de ética.
O politicamente correto conseguiu impedir que a ética chegasse ao que ela tem de maior, a percepção do que é sensato, do que é apropriado, do o que é respeitoso e correto.
O que está acontecendo hoje na sociedade foi influenciado pelo politicamente correto. Segundo Alfredo Carneiro, editor do netmundi.org dentro de sociedades moralmente falidas, o politicamente correto é o certo feito por medo.
“Acontece que isso também é vergonhoso. Deveríamos sentir vergonha de fazer algo errado e causar sofrimento, e não medo. Esse medo é ao mesmo tempo certo e moralmente pobre. Se causou sofrimento, então fico com medo de ser flagrado e não me sinto culpado pelo que fiz. Isso é o resumo do politicamente correto, que no final das contas me impede de pensar mais profundamente sobre o que é moralmente correto” explica Carneiro.
Temos visto determinado procedimento que, aparentemente, soa como altruísta. É importante destacar e pensarmos sobre sua finalidade, pois a intenção pode até ser boa, mas se a motivação não for a melhor, a sua consequência será a pior possível. Para refletir pergunto: O que é que te motiva?
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