A gênese da vida floresce através das famílias que cumprem seus mais sublimes e elementares objetivos. Por vezes, acossada e minorada em seus valores, não há como negar que, não fossem as famílias tradicionais, o mundo seria um caótico ambiente formado por pessoas não plenamente identificadas por outros, mas apenas impostos através de uma histeria cognitiva social e jurídica do Estado, onde o que se diz ser se sobrepõe ao que se vê.
É certo que as múltiplas concepções pessoais em relação às ideologias dificilmente mudam,
no entanto, interromper a gênese humana que só se replica através da família tradicional, de relacionamentos heterossexuais não responsáveis, ou ainda em fertilização in vitro, é um risco muito elevado.
Apenas o espírito solidário e o amor não egoístico do relacionamento heterossexual não extingue a vida que se multiplica. Apenas a compreensão serena desta realidade não frustra as gerações futuras, mesmo sendo incompreendida e sendo vista como inadequada e ultrapassada.
Ninguém é fruto do acaso. Somos vidas geradas nos úteros de mulheres que foram fertilizadas por homens. As concepções e valores sociais modernos jamais irão perverter esta verdade insofismável. Quebrar este paradigma é, aos poucos, criar uma expectativa de extinção da humanidade.
A densidade demográfica de alguns países do mundo está caindo assustadoramente. Os jovens não são suficientes para recompor a força motriz de alguns países. O número de idosos cresce em detrimento do número de crianças que nascem.
O mundo vive a espiral do silêncio, onde informações são bombardeadas a todo custo, para que não se permita pensar ou agir diferente do politicamente correto.
Vivemos a alienação da sociedade. Vivemos a mordaça dos ideais conservadores. Vivemos a expectativa de uma sociedade que, histericamente, sucumbe a valores antagônicos e estranhos, podendo quebrar a unidade do mundo que conhecemos.
É preciso, mais que nunca, reconhecer o abismo social em que descemos; polir e alimentar as luminárias do caminho que percorremos; suspirar e ansiar por uma nova marcha.
A humanidade está sendo retalhada através de ideais egoístas e mesquinhos, onde o que sou não representa o que digo ser; onde o que digo ser vale mais do que outro pode enxergar. O mundo, aos poucos, perde a sua harmonia.
Roberto José dos Santos é pastor, teólogo, mestre da Ciência da Educação, mestre em Teologia, advogado, psicanalista clínico e psicopedagogo.