O Globo (Por Marcello Corrêa)
Segundo memorando da Funai, cacique Emyra Waiãpi foi morto na terça-feira em ataque. Informação só foi confirmada no sábado.
BRASÍLIA – Equipes da Polícia Federal (PF) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope) chegaram à região do Amapá onde uma terra indígena foi invadida por garimpeiros, resultado na morte de pelo menos um cacique. O ataque ocorreu na demarcação dos Waiãpi, próxima à cidade de Pedra Branca do Amapari. A informação de que as forças de segurança estavam no local na manhã deste domingo foi confirmada pela prefeita da cidade, Beth Pelaes (MDB).
Os relatos sobre ataques aos indígenas Waiãpi começaram a ser divulgados na tarde de sábado. De acordo com um memorando da coordenação regional da Fundação Nacional do Índio (Funai), a invasão à região começou a ocorrer no último dia 23, terça-feira, quando foi confirmada a morte do cacique Emyra Waiãpi. No primeiro momento, uma equipe da Funai atribuiu a morte do líder indígena a um afogamento causado por ingestão de uma bebida tradicional, durante uma cerimônia. Nesse sábado, o órgão descartou essa possibilidade e confirmou que a causa da morte de Emyra foi a invasão de garimpeiros.
Havia ainda a informação de que outro líder indígena havia sido morto na noite de sexta-feira. Essa informação, no entanto, foi descartada. “A segunda morte que supostamente teria sido provocada pelos invasores ontem, dia 26, não ocorreu, sendo a informação falsa, tendo o indígena retornado à sua aldeia sem informações se o mesmo teve contato com os invasores, sendo tão somente suposições devido ao clima de medo em que eles se encontram e a demora do indígena em retornar para a aldeia”, diz o documento.
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