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Como informamos há pouco, a GVT vai chegar este mês a Caruaru, no Agreste de Pernambuco. A notícia é boa, já que o interesse da empresa pelo interior do Estado indica que os moradores da região terão mais uma opção para o acesso à internet. No entanto, muita gente que vive em cidades bem mais próximas do Recife se queixa da má qualidade da conexão das poucas operadoras disponíveis.
É o caso de Camaragibe, Igarassu e Cabo de Santo Agostinho, todas no Grande Recife. Foi o que evidenciaram os comentários de leitores em matéria publicada aqui no MundoBit sobre o acesso à banda larga no Grande Recife. O leitor João Damasio, por exemplo, afirmou no último mês de setembro que mora no Cabo há quatro anos e sempre sofreu com a lentidão da internet. “Parece que se esqueceram do Cabo. Não é fácil, tem que ter muita paciência”, disse.
A GVT está presente em Pernambuco com atendimento a clientes residenciais desde 2009. Atualmente, a empresa está em cinco municípios pernambucanos: Recife, Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes e partes de Camaragibe. A SIM, antiga Cabo Mais, só está presente em Olinda, Paulista e Recife.
A NET, por sua vez, atua no Recife, em Olinda, Paulista e Jaboatão dos Guararapes. “A empresa tem interesse em expandir sua área de atuação, porém não há previsão de datas no momento”, afirma o Diretor Regional Nordeste da NET, Albino Serra. Ainda de acordo com ele, a decisão de construir rede em uma nova cidade depende de análises e estudos de mercado, pois demanda um alto valor de investimento.
A única operadora presente em todos os municípios de Pernambuco é a Oi Velox, que possui 150 mil clientes de banda larga no Estado. A empresa atua em grande parte nos moldes do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), oferecendo velocidade de 1Mbps ao custo de R$ 35 por mês. O PNBL é o plano do governo federal que tem como objetivo popularizar a internet no Brasil, atingindo áreas mais remotas do país.
No entanto, a qualidade frequentemente deixam a desejar, e muitos clientes reclamam da baixa velocidade do serviço. “A única operadora que chega em Igarassu é a Velox, que oferece um péssimo serviço. Era ela que eu tinha até o começo do ano, mas minha conexão tinha a velocidade de uma conexão discada. Mesmo existindo pacotes mais rápidos, eles sempre diziam que pra o meu número de telefone não estava disponível uma velocidade maior”, diz a editora de vídeo Suchi Barbosa, 28 anos.
E o acesso nem sempre é fácil, como observa a jornalista Eloíse Veiga, 24, também moradora de Igarassu: “Quando ligamos para a Oi, eles pedem pra instalar primeiro a linha de telefone e depois eles vão ver se cobre ou não. Na dúvida, todos procuram outras empresas. A maior parte da população acaba usando de empresas locais, muitas vezes via rádio”, afirma.
Renato Pontual, diretor comercial da Regional Nordeste da GVT, observa que quanto mais próxima a cidade está de outra onde já existe a rede, menor o investimento, devido ao caminho percorrido pela fibra ótica da rede de transmissão de longa distância (backbone). “Por isso, a ideia é ir interiorizando a cobertura gradualmente”, explica.
Ainda assim, a realidade mostra que municípios bem próximos ao Recife continuam fora dos planos imediatos das empresas que poderiam representar uma concorrência à Oi Velox, única a abarcar todo o Estado.
Enquanto isso, pessoas como a estudante Suenia Azevedo, 19 anos, continuam sofrendo com a dificuldade de acesso a internet. “Moro em Igarassu e a melhor opção que encontramos foi a internet via rádio, que cai muito, principalmente em períodos de chuva. Tentei estagiar em uma empresa que trabalha no esquema de home office e não pude por causa disso”, queixa-se a jovem.
A velocidade da internet banda larga é alvo de reclamações em todo o Brasil. Tanto que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), responsável pela regulamentação do serviço, publicou uma norma no início deste mês determinando que as operadoras devem respeitar uma média mensal mínima de 70% do valor contratado. Além disso, a velocidade instantânea não pode estar abaixo de 30% do plano. Você pode medir a qualidade da sua conexão tanto de banda larga fixa quanto móvel usando o aplicativo disponível no site Brasil Banda Larga.
Fonte: Por Luisa Santos, do Mundo Bit.
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