Quem poderia imaginar este grande abalo na política e no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). As recentes manifestações em todo o País, em busca de mudanças, abalaram os alicerces das três esferas do Poder, a saber, Executivo, Legislativo e Judiciário. Tudo isso caiu como uma bomba nuclear em Brasílica, centro do poder. Ao bater o recorde de aceitação do seu governo, beirando 65% de ótimo e bom em março, na pesquisa Datafolha, a presidente parecia caminhar para uma reeleição certa no próximo ano, vencendo já no primeiro turno, segundo a quase unanimidade dos analistas políticos.
Mas as previsões mudaram-se de repente. Há três semanas, quando começaram os primeiros protestos nas ruas contra o aumento das passagens de ônibus, a aprovação da presidente despencou para 57%, ainda um patamar alto para quem estava completando dois anos e meio de mandato tendo que enfrentar uma séria crise econômica, mas já se colocava em dúvida se haveria ou não um segundo turno.
Mas, com a divulgação de nova pesquisa Datafolha, 29 de junho, mostrando uma violenta queda de 27 pontos na aprovação do governo, Dilma cai a menos da metade do que tinha em março: apenas 30% de ótimo e bom, o mais baixo índice desde a sua posse.
Os analistas afirmam que Dilma tem agora o apoio de apenas um em cada três brasileiros. Além disso, as expectativas da população em relação ao futuro são todas pessimistas, segundo os números da mesma pesquisa, indicando que os índices de aprovação do governo podem cair ainda mais. Apenas 27% dos 4.717 eleitores ouvidos em 196 municípios avaliam como positiva a gestão econômica do governo.
Eles acham que as dificuldades que o governo enfrenta na política e na economia desde o início do ano não se agravaram dramaticamente de uma hora para outra. E agora, depois de tentar retomar o controle da iniciativa política com a proposta do plebiscito, a presidente Dilma abriu as portas do Planalto para ouvir todo mundo de uma vez, na semana passada, e já marcou novas reuniões para a próxima, a fim de viabilizar a tão falada reforma política como se fosse a salvação da pátria.
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